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"Mãe onde está o pai?", as recordações que tinham eram as que a mãe lhe mostrava em fotos. Quando se ouvia um avião ou um helicóptero lá fora, a mãe dizia sempre "Filha estás a ver o Pai está quase a chegar, e vem para junto de nós duas."


Onde estava o pai de Jenny? Era um Marine, passava longos tempo fora de casa, e quando chegava era por pouco tempo, pois tinha de partir para uma nova missão, longe, e em alto mar.

Os dias de Jenny eram passados como uma criança normal, brincava, sorria, caia, chorava, traquina como qualquer um.

"Jenny anda vamos buscar o Pai", correu no seu passo de tropeço, os passos que dava ainda não eram muito firmes e seguros, ainda era bebezinha. A viagem foi grande foram de comboio até à grande cidade! "Jenny olha é o barco do Pai", lá estava no cais um navio de guerra, grande, metia respeito, mas para Jenny era apenas um barco grande, cinzento. Estavam a sair de lá muitos senhores vestidos de azul escuro, com uns sacos às costas, saiam meio lentos a olharem para todo o lado, à procura de alguém, e quando encontravam essas pessoas corriam.

Jenny era uma bebé muito simpática, algumas pessoas que por ali estavam à espera conheciam a Jenny e a sua mãe. "Sempre conseguiste vir? Que bom ter trazido a Jenny, o Joseph vai adorar ver-vos", dizia uma senhora que esperava o marido também.

Os Marines que chegavam lá por perto, vinham cumprimentar Jenny e a mãe, "Mary, a Jenny estava tão grande, e essas covinhas nas bochechas, só dá vontade de apertar!", dizia um. "Onde está o Joseph?", perguntava Mary - mãe de Jenny - já preocupada. "Deve estar mesmo a sair, tinha papelada para tratar, mas eu vi que ele estava a tentar despachar aquilo rápido.". Jenny ia de colo em colo, era simpática e ao menos ia-se entretendo enquanto esperava o seu pai.

Nisto, chega um senhor de bigode, a pedir que Jenny fosse a seu colo. Jenny olhou e chorou, compulsivamente, não reconhecia aquele senhor, e o bigode assustava-a, rapidamente pediu o colo de sua mãe. Este senhor de bigode, era Joseph, e Jenny não estava a reconhecer o seu próprio pai... Foi um aperto no coração de Joseph, o que se estava a passar para que Jenny não quisesse seu colo, não reconhecesse o colo do próprio pai? Joseph tinha de fazer algo, não podia voltar a passar pelo mesmo, era uma dor demasiado forte para um pai.

"Jenny é o Papá, vai ao colo dele anda filha", dizia Mary a tentar curar o momento, Jenny não foi não quis ir. "Deixa estar Joseph, ela já vai, não fiques assim", dizia Mary a Joseph. Fizeram a viagem de volta a casa.

Jenny começou a olhar as fotos que a mãe lhe mostrava, olhava para o senhor de bigode. Calma, parece ser a mesma pessoa. Fez barulho na sala para chamar a atenção. Mary e Joseph correram a ver se Jenny se tinha magoado. Estava tudo bem, era só o comando da televisão que tinha caído. Jenny olhou para a foto que tinha perto, olhou Joseph "Papá, colo!" eram palavras de ouro que Joseph queria ouvir desde que tinha chegado de missão. Finalmente Jenny reconheceu seu pai, que alivio, "Papá não chora", as lágrimas de alegria escorriam no rosto de Joseph, "O Pai nunca mais vai estar longe de ti, prometo" Joseph não queria nunca mais passar por esta dor, prometeu a Jenny nunca mais estar fora.

Será que cumpriu?


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